Assim é o bairro:
1. Os voluntários são geralmente europeus, canadenses ou americanos. Eu fui uma grande surpresa pra a coordenadora. Tanto que ela passou direto por mim, pois não achou que era eu a nova voluntária, e no bairro também fui questionada sobre minha nacionalidade pois "você tem cara de latina e os outros que vêm aqui não.".
2. Escolhi esta organização porque eles já atuam há tempos com voluntários e achei que poderia apoiar em algo já planejado, mas não é assim. Eles não dão direcionamento o que é ruim pois os voluntários vêm, ficam alguns meses, e vão embora, e cada um decide o que e como fazer. Fiquei muito perdida nos primeiros dias e menos perdida nos outros. Conversei com uma inglesa que trabalha no outro bairro e ela disse a mesma coisa.
3. As crianças precisam de tudo. São carinhosas. Não hora da chegada correm pra nos receber no táxi e na de ir embora vão dando a mão ou dependuradas nos voluntários.
4. Dias de quinta eles têm esportes, as meninas pulam corda, os meninos jogam bola. Senti falta de atividades diferentes.
5. Os voluntários fazem um quizz em um albergue, o La Brisa Loca, para arrecadar fundos para a fundação.
6. Não há como fazer doações pela internet, e uma voluntária está tentando resolver isso. Tomara que dê certo.
7. O meu tempo foi curto e eu queria fazer coisas que não dava. Se eu soubesse teria vindo com coisas prontas, mas eu não imaginava que dependeria tanto do voluntário.
8. Você vai passando no bairro e todo mundo te cumprimenta. Ontem uma mulher pediu que tirássemos foto da filha dela. Um dia um menino que nem está no projeto veio correndo e me abraçou. Tem preço isso?
9. Mesmo sem o direcionamento que eu esperava e por pouco tempo, valeu a pena DEMAIS ajudar. E vou sentir saudades.
Agora vou-me que hoje é meu último dia por lá. Fiz brigadeiros! :-)